Segundo estudo da Agência Alemã de Cooperação Internacional, nos próximos 2 anos o setor do agronegócio deve gerar no Brasil cerca de 178 mil novas vagas exclusivas para profissionais que dominem as áreas de TI.
Para se ter ideia da dimensão deste setor para o desenvolvimento de uma carreira próspera, o agronegócio é um dos maiores empregadores do país, sendo responsável direta e indiretamente por um em cada três empregos.
Hoje, 77% dos estabelecimentos agrícolas do país correspondem à agricultura familiar, e empregam cerca de 10 milhões de pessoas. Segundo estudo de 2021 feito pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), esse número deverá quase dobrar em 10 anos, chegando a 18,8 milhões de trabalhadores.
No entanto, o que poucos sabem é que, com o aumento da demanda mundial por alimentos e a pressão para tornar o setor mais sustentável, os profissionais mais buscados pelo setor não são mais agrônomos ou veterinários, mas sim profissionais de tecnologia.
Como um profissional de tecnologia pode trabalhar no agronegócio?
O campo busca, através da digitalização, aumentar o rendimento do solo (e consequentemente a produção), gerir melhor os seus dados, agredir menos o meio ambiente, reduzir custos de produção e tornar mais eficientes os canais de distribuição de mercadoria.
Todos estão em busca de profissionais com habilidades digitais. Porém, empresas, produtores e indústria, têm deixado de implantar tecnologias por não encontrar profissionais capacitados.
“Anteriormente, profissionais da área de software e TI eram caracterizados pela sua versatilidade em resolver problemas oriundos da computação. […] hoje existe a necessidade de que esses profissionais se especializem em determinadas tecnologias ou áreas para estarem aptos a resolver os problemas específicos destes mercados.” explica estudo realizado em 2021 pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) em parceria com o Senai.
No entanto, por conta da rápida evolução das tecnologias digitais, há um grande abismo entre o que se aprende durante a formação acadêmica e a necessidade real do campo.
Fernando Reis, agrônomo com mais de 20 anos de experiência e CEO da Agro Advance, uma das maiores escolas voltadas ao agronegócio do Brasil, comenta sobre os déficits do ensino tradicional atual: “Tem muitas universidades que foram montadas meio que às pressas, porque tinha muito demanda, e elas não cuidaram tanto da qualidade técnica mesmo da formação”.
Áreas de atuação
Dentre as opções disponíveis, destacam-se a de gestor do agronegócio. Responsável por estruturar, implementar e monitorar projetos digitais em propriedade agrícolas, o profissional também conhecido como Agro Digital Manager não precisa ter diploma em agronomia ou medicina veterinária para exercer sua profissão – muito menos precisa morar no campo.
Trata-se de um cargo de liderança cuja função primordial é identificar demandas no campo e propor as soluções tecnológicas cabíveis.
Além desta, outras opções mais técnicas em relação ao uso das tecnologias também estão em alta. É o caso do operador de drones, do analista de dados, o designer de máquinas agrícolas e o técnico em agricultura digital.
Para Fernando, as oportunidades no agro são inúmeras e a robustez do setor garante melhores empregos, maiores remunerações e melhores oportunidades de crescimento para profissionais da área de dados e tecnologia.
Fonte: exame.com