A gente não quer só dinheiro — a gente quer dinheiro, flexibilidade e propósito
Fantasia ou realidade, a questão é que uma carreira de sucesso já não basta para a nova geração que chega hoje ao mercado de trabalho. Segundo a Nielsen que publicou em 2020, 54% dos jovens da chamada “Geração Z” querem empreender. Um levantamento publicado na McKinsey Quartely mostrou que mais de 15 milhões de trabalhadores americanos deixaram seus empregos desde abril de 2021. “Eles querem um renovado senso de propósito em seu trabalho. Eles querem conexões sociais e interpessoais com seus colegas e chefes. Eles anseiam por compartilhar de uma mesma identidade, senso de propósito, desejo de sentir que compartilham de uma mesma identidade”, afirma o texto publicado na McKinsey Quartely.
O fenômeno já tem sido chamado de “A Grande Debandada” (“The Great Resignation”). Segundo a pesquisa “2021 People Management Report”, feita junto a dois mil trabalhadores em mais de 15 setores da economia americana, 48% dos entrevistados pensou em mudar de carreira nos últimos 12 meses.
Um dos motivos é o “contágio” pelo estresse extremo (“burnout”) de seus chefes — não bastasse o corona vírus que contribui.
O outro é manter a rotina adquirida durante o trabalho remoto. A necessidade de melhor comunicação — até para conhecer seus pontos positivos e negativos — também foi apontada na pesquisa.
O QUE FAZER?
Marco Tulio Zanini, professor de liderança e gestão de pessoas (comportamento organizacional) da Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV) acredita que essa movimentação seja fruto de uma mudança geracional que ocorre dentro das empresas. E que traz, assim, novas questões para o ambiente de trabalho – e novos desafios para os gestores.
“A gente está caminhando para uma sociedade onde as liberdades individuais estão sendo mais reconhecidas. Esse tema da diversidade vai ser um desafio para as organizações, que se vêem dentro de um ambiente muito mais diverso do que no passado. As novas gerações têm um processo histórico, um aprendizado diferente e, por isso, estão olhando para o mundo de um modo um pouco diferente das gerações passadas.
Para essas gerações atuais faz muito sentido saber onde estão gastando seu tempo e energia”, afirma. “Você tem uma quantidade muito significativa de jovens que demanda uma organização que explique quem é, o que se propõe. Eles querem ouvir das empresas qual é a diferença que a empresa faz no mundo para que possam participar dessa missão.”
Post 02/05/2022 Base Consultoria